Adolescentes E Mídia Digital: Como Conversar Com Eles
O Crescimento do Consumo de Mídia Digital Entre Adolescentes
Os adolescentes estão cada vez mais imersos no mundo digital, dedicando, em média, quase duas horas diárias no YouTube e 1,5 hora no TikTok. Essa realidade, revelada em uma pesquisa do Pew Research Center, gera preocupações entre os pais, já que cerca de 50% dos adolescentes que passam muito tempo online relatam conflitos com seus responsáveis sobre o tempo de tela.
A Importância do Diálogo Aberto
Especialistas sugerem que é hora de mudar a abordagem dos pais, passando de sermões para conversas abertas. A nova diretriz da Associação Americana de Psicologia (APA) enfatiza a importância de abordar o tema com curiosidade. Segundo o professor Erlanger A. Turner, é essencial que os pais façam perguntas que demonstrem interesse pelas opiniões dos filhos, ao invés de confrontá-los. Essa mudança pode ajudar a mitigar os efeitos negativos da exposição a conteúdos prejudiciais.
Reconhecendo a Desinformação Digital
O diretor científico da APA, Mitch Prinstein, destaca que, em um mundo repleto de manipulações digitais, nosso cérebro tende a aceitar como real o que vemos. Para ajudar os adolescentes a discernir o que é verdadeiro, os pais podem explorar vídeos com eles e discutir quais imagens podem ser falsas. Jogos educativos, como o Get Bad News, são ótimas ferramentas para ensinar sobre desinformação.
Iniciando Conversas sobre Inteligência Artificial
Quando se trata de inteligência artificial (IA), fazer perguntas abertas pode enriquecer a discussão. Pergunte ao seu filho o que ele ou ela ouviu sobre IA na escola, permitindo que eles se sintam como especialistas. Além disso, compartilhar suas próprias experiências com a IA pode tornar a conversa mais equilibrada e produtiva. Para quem busca um guia introdutório sobre IA, a Common Sense Media oferece recursos valiosos.
Compreendendo o Conteúdo dos Criadores
Entender como os criadores de conteúdo monetizam suas plataformas pode abrir portas para discussões significativas. Perguntas como “Quais YouTubers são populares entre seus colegas?” ou “Por que você acha que eles escolhem certos temas?” ajudam a explorar os valores que guiam esses criadores, abordando tanto os aspectos positivos quanto os negativos. Com nove em cada dez adolescentes utilizando o YouTube, esse é um bom começo para conversas sobre a mídia que consomem.
Monitorando o Que Eles Assistem
Acompanhar o que os adolescentes assistem pode ser desafiador, mas é uma parte essencial da parentalidade. Em vez de tentar monitorar tudo, é mais eficaz discutir regularmente sobre o que eles estão assistindo. Perguntas como “Como isso te fez sentir?” ou “Qual foi a mensagem principal?” podem ajudar a iniciar diálogos significativos e permitir que os adolescentes se sintam à vontade para compartilhar.
Abordando Conteúdos Perturbadores
Se seu filho assistir a algo perturbador, como conteúdo relacionado à automutilação ou pegadinhas arriscadas, é vital manter a calma. Uma resposta neutra, como “Vamos conversar sobre isso”, pode abrir espaço para que eles compartilhem suas preocupações. A chave é criar um ambiente onde eles se sintam seguros para discutir tópicos delicados sem medo de julgamento.
Conclusão
Promover conversas abertas sobre o consumo de mídia digital é fundamental para a saúde mental dos adolescentes. Ao adotar uma abordagem curiosa e compreensiva, os pais podem ajudar seus filhos a navegar pelas complexidades do mundo digital, equipando-os com as ferramentas necessárias para discernir o que é real e saudável. O diálogo contínuo é a chave para fortalecer esses laços familiares em tempos de mudança.