Web 3.0: conheça o conceito por trás da internet do futuro
A web 3.0 é um conceito que vem ganhando destaque nos últimos tempos, sobretudo quando o assunto é blockchain, criptomoedas e NFTs. Mas o que é web 3.0, como ela vai mudar a forma com que os usuários se relacionam com a internet e como ela poderá influenciar aspectos básicos da sociedade?
Web 1.0 e web 2.0
Antes de compreender o que é a web 3.0 é preciso entender quais foram suas versões anteriores que, de uma forma ou de outra, ainda fazem e irão continuar fazer parte da internet no futuro.
O começo da utilização da internet, especialmente após a criação da www (world wide web) se dava basicamente de forma passiva, assim como acontece com outros meios de comunicação como a televisão e o jornal. As páginas basicamente eram links para textos, as fotos eram de baixa qualidade e a criação e manutenção dos sites era de difícil manuseio, o que fazia com que o investimento se resumisse as grandes empresas, especialmente aquelas ligadas à comunicação.
A primeira mudança de paradigma, ou a web 2.0, aconteceu entre 2000 e 2005 por conta da crescente interatividade das páginas. Primeiramente foram criadas as primeiras salas de bate-papo e programas como o mirc, icq (e posteriormente o msn) que permitiram a conversa entre usuários, principalmente por texto.
Outra mudança dessa época foi a criação e o crescimento exponencial das redes sociais como myspace, facebook e orkut (esse especialmente no Brasil), que aumentou ainda mais a interatividade entre os usuários. Outra mudança importante foi o surgimento de aplicativos de serviços que permitiram a interação dos usuários através da oferta de serviços prestados e outros tipos de negociações comerciais, como o Uber, e Airbnb, entre outros.
Essa segunda fase da internet também é marcada pelo domínio das big techs, conglomerados tecnológicos responsáveis por desenvolver novos aplicativos que, na sua maioria, podem estar interligados a outros serviços já disponíveis. É o caso do Meta (Facebook, Instagram, Whatsapp), Google (Youtube, Gmail, Google Play) e outros. À medida que essas inovações começaram a dominar o mercado, as corporações começaram a ter cada vez mais poder sobre os dados dos usuários, A venda desses dados é assunto delicado, e vem norteando a criação de lei para proteção dos mesmos, já que muitos deles são vendidos, especialmente para a criação de publicidade paga nessas plataformas.
Web 3.0 e o futuro
A web 3.0, também conhecida como web semântica, tem como principal característica a descentralização e privacidade do usuário, pois o armazenamento não é feito através dos bancos de dados das big techs. A web 3.0 funciona através de blockchains que por sua vez é uma tecnologia que agrupa um conjunto de informações que se conectam por meio de criptografia, realizando transações e outras operações de forma segura.
A parte mais importante da utilização do blockchains, além é claro da segurança, é a forma descentralizada como são guardados os dados, fazendo com que o usuário tenha mais controle sobre seus dados pessoais, financeiros e além dos certificados de propriedade.
Criptomoedas, NFTs e interoperabilidade
Por conta da utilização do blockchains, as transações e negócios na web 3.0 são feitas por criptomoedas, que nada mais são que moedas digitais que, ao contrário do real, do dólar e outras moedas, só existem na internet. Essas moedas são descentralizadas, e não possuem nenhuma regulação de governo ou órgão intermediador.
A utilização das criptomoedas na web 3.0 pode se dar de diversas formas, uma das mais famosas delas é para compra de NFTs ou tokens não-fungíveis, que são ativos que não podem ser divididos dentro da internet. Eles podem ser, por exemplo, um item em um jogo online ou uma arte digital, e seus dados são gravados em blockchain, assegurando assim a segurança de propriedade de seus donos.
Apesar do nome mais confuso, o conceito de interoperabilidade é o mais fácil entre os três. Ele é a possibilidade de o usuário executar funções na internet com apenas um login e senha. Como seus dados estarão gravados em um blockchain, o usuário não vai precisar entrar e se cadastrar com diferentes nomes em diferentes plataformas, o que faz com que ele tenha mais controle sobre a privacidade de seus dados.
Desafios da web 3.0
Alguns desafios surgem para que uma parte substancial da população comece a usar os recursos da web 3.0. O primeiro deles é a dificuldade de uso, as plataformas são difíceis de utilizar para quem é leigo e não tem intimidade com programação. Além disso, alguns recursos precisam ainda se popularizar, como é o caso dos conceitos de carteiras digitais, chaves públicas e privadas, além das práticas de segurança.
Um outro desafio, esse ainda mais complexo, são as boas práticas dentro da web 3.0,pois com a descentralização e ausência de regulação das plataformas, os usuários da web 3.0 acabam, se tornando alvos fáceis de ciberataques, propagação de discursos de ódio e a formação de gangues virtuais.
De concreto apenas pode se dizer que as funções da web 3.0 crescem de relevância a cada dia, especialmente com a criação cada vez maior de espaços de realidade virtual e realidade aumentada, como os metaversos e jogos online, além é claro das movimentações financeiras que ocorrem através das criptomoedas. Porém resta saber se a web 3.0 será esse espaço democrático onde os usuários terão mais controle de seus dados na internet ou apenas uma novidade para neófitos da tecnologia.
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